O paninho bordado da bandeja de doces me leva, às tardes silenciosas quando bordávamos minha avó e eu, na varanda. Lembro-me do vento fresco e das agulhas furando o pano. Nossos planos miúdos e as roscas com café entre uma pausa e outra. A água molhando as rosas do jardim, a terra vermelha, e o silêncio, marcando tudo a ferro. Caladas, bordamos uma eternidade. Sabíamos-nos irmãs, mesmo com o fosso do tempo entre nós. Sabíamos-nos em silêncio a bordar. Foi quando aprendi a pegar o silêncio com as mãos, enfiar no buraco da agulha, e escrever. Tudo que escrevo desfio dessas tardes. Desvio dessas tardes. Escrevo a saudade dessas tardes. E um nó na garganta. Amém. Viviane Mosé - in Prosinha.
Memória
Memória
Em meu dedo
o teu dedal
(tento, mãe
costurar tua memória
prender-te ao que me resta)
Incertos pontos
que a vista embaçada
não deixa urdir.
Dalila T. Veras
Escrevendo com saudade... Lembrança de Filha
Sílvia
3 comentários:
Que textos lindos. Nossa... levaram-me à infância - mãe costurando, avó cozinhando, avô esculpindo e desenhando, pai sonhando... Inevitável o nó na garganta. beijos.
Isoo mesmo minha Nydia. Eu só não senti o nó na garganta como chorei. Minha Mãe NUNCA deixou uma coisa longe dela: A Máquina de costura! Minha Avó idem. Meu Avô esculpia estorias lindas que nos deixavam paralisados, e meu Pai sempre nos ajudando a alcançar nossos sonhos.
Tudo isso e muito mais!
Com imenso amor e carinho por você,
Sílvia feliz por te-la como amiga querida!
Passeei Em Seu Belo Blog,
De Tão Belo,
Patirei Meio Grogue,
Grgue De Felicidade,
De Encantamento!!!
Grata, Por Cada Palavra
Que Aqui Colhi, Grata, Por
Este Afago Na Alma!!!
Adorei Tudinho,
Peguei Uma Imagem
E Farei Um Textinho
Que Deidicarei A Todos
Com Muito Carinho!!!
Espero Que Não Se Importe!!!
Grata, Pequena Poetisa- Vana Fraga
Bjão No♥
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