terça-feira, 20 de julho de 2010

BAGAGENS

Começo hoje já muito agradecida ao meu querido Fábio e por sugestão dele, no final dessa postagem colocarei um Poema cantado: “Linha e o Linho” sobre Colcha de Retalho. Obrigada meu lindo. É um ‘mimo’ que divido com você!
Ao ler comentários daqueles que visitaram dei uma escapulida até a Casa desses amigos queridos. Na da Denise Portes achei um Texto lindo e muito atual, inteligente, que me passou o desejo de comentar também. Acabou sendo uma Carta de tão imenso que foi. Mas nessa troca de ‘figurinhas’ acabamos descobrindo muito em comum. A troca de idéias enriquece nossa mente nosso coração. Toda conversa quando há conteúdo acaba em muito aprendizado.
Após minha escrita, estou postando na minha Colcha de Retalhos, um Texto da Denise muito inteligente e com conteúdo. Ela fala sobre as mutações que todo ser humanos passa à medida que aprende, cresce, enriquece seu conhecimento sobre relacionamento, sobre sua história de vida. E, quando ela aborda as mudanças nas suas prioridades, entrelacei meus pensamentos com os dela e percebo que todos nós desejamos acertar sempre nas nossas decisões para conosco e para com os que convivemos. E ai me pego ‘percebendo’ que quando estamos dentro de um determinado ‘contexto’ na nossa vida, procuramos tomar as decisões, e que elas são decididas à base do que nos cabia naquele tempo, com a idade e cabeça que tínhamos naquele momento, época. Nossas bagagens! E, à medida que vamos aprendendo, vivendo, como mutantes que somos, vamos reavaliando nossos valores, prioridades, e decisões que muitas vezes (ou quase sempre) pensamos serem mais sábias que as do passado. Nossa vida é feita de imprevistos, de decisões certas, erradas, mas penso que procuramos sempre acertar e dar o melhor de nós e não há como ficar nos penitenciando com “-Ah! Por que não fiz assim lá atrás quando ocorreu isso ou aquilo...”
Quando aconteceu “aquilo” nós tomamos decisões dentro do contexto daquele momento, daquela época. Dentro da única mentalidade e o conhecimento da vida de que dispúnhamos. Os anos se encarregam de fornecer mais amplo aprendizado e ganhamos mais sabedoria prática, raciocínio lógico, compreensão sobre valores que não existiam naquele contexto, a bagagem ficou maior, nosso ombro, costas, passaram a suportar um peso de visão mais ampla, nítida.  Enfim, foram válidas, inteligente, porque demos o melhor de nós. Nossos pais fizeram isso na época em que nos criaram. Deram a bagagem que tinham nas mãos e acredito terem escolhido as melhores opções possíveis para nos verem felizes, completos. E os nossos filhos, penso, percebem que quando os criamos também procuramos optar pelas melhores decisões, desejando vê-los completos e felizes, bem resolvidos na vida. E como será com os filhos deles? Sempre estará presente na vida de todo ser humano um contexto e haverá decisões a serem elaboradas e resolvidas... Mas o tempo passa, as situações mudam e nós mudamos no decorrer de nossa existência, conseguimos uma bagagem mais ampla, com maior sabedoria.
“-Ah! Se soubesse o que sei hoje...” Não podemos ficar com essa postura e mentalidade. O importante é sabermos que, na ocasião das opções e dentro do contexto daquele momento, sim, nós procuramos acertar, dar o nosso melhor. Isso é o que importa, pois assim, podemos colocar nossa cabeça à noite no travesseiro de cara limpa, em paz, tranqüilos por sabermos que procuramos acertar para o bem dos com quem convivemos e para o nosso próprio bem-estar.
Desculpem, com tantas palavras entrelaçadas, bordei, fiz crochê, tricô, misturei pensamentos, confundi, me perdi no zig-zag, achei, encontrei, descobri... Afinal é bom lembrar que estou bordando uma Colcha e às vezes tiro um retalho, refaço seu bordado, recoloco e assim deixo soltos os pensamentos e as palavras.
Lembra-se de TALES DE MILETO? Conta à lenda que: (pausa das minhas palavras) “Um sofista se aproximou de Tales de Mileto, e intentou confundi-lo com as perguntas mais difíceis. Porém, o sábio Mileto esteve à altura da prova porque respondeu a todos as perguntas sem a menor vacilação e assim mesmo com a maior exatidão.
QUAL É A COISA MAIS CONSTANTE?
Resposta: A ESPERANÇA, porque permanece no homem depois que haja perdido todo o mais.
QUAL É A MELHOR DE TODAS AS COISAS?
Resposta: A VIRTUDE, porque sem ela não existe nada de bom.
QUAL É A MAIS RAPIDA DE TODAS AS COISAS?
Resposta: O PENSAMENTO, porque em menos de um minuto pode voar até o final do Universo.
QUAL É AMAIS FORTE DE TODAS AS COISAS?
Resposta: A NECESSIDADE, porque faz com que o homem enfrente todos os perigos da vida.
QUAL É A MAIS FÁCIL DE TODAS AS COISAS?
Resposta: Dar CONSELHOS.
Porém, quando chegou a última pergunta, nosso Sábio disse um paradoxo. Deu uma resposta que, não foi jamais entendida pelo interlocutor, e que, para a maioria das pessoas terá um sentido superficial. A pergunta foi essa:
QUAL É A MAIS DIFÍCIL DE TODAS AS COISAS?
E o Sábio Mileto replicou:
CONHECER A SI MESMO!”
(Voltando as minhas palavras:)
Segue abaixo o lindo Texto que me fez abordar, bordar, redobrar minha mente que agora está quente, repleta de pensamentos... É bom saber que procuramos sempre acertar nas nossas decisões, que damos o nosso melhor, à medida que nossa bagagem cresce, ganhando o peso da sabedoria, uma percepção de integridade, mérito único por termos dado nosso melhor, tenha sido lá atrás ou que seja agora. Coisa boa eu estar expondo isso, assim fico mais... De bem comigo! Como me diz uma querida amiga: Faça isso mesmo... Se entregue à leitura, escrita, amigos, família e a distribuir ’amor’, coisas que você sabe fazer tão bem.” Distribuir “amor” é lindo... Só faz bem!
“A vida é feita de prioridades. Para alguns o mais importante é o trabalho e o dinheiro, pra outros os amores, pra outros os filhos, pra outros a profissão e por ai vai. As prioridades vão mudando no decorrer da nossa existência. Diante dos meus olhos poéticos de ver a vida, o encanto de viver é exatamente este. O desvendar, as descobertas, as mutações, o nosso reinventar histórias, o aconchego e a turbulência das emoções. É nos momentos de transformações que atenta e com olhos de descoberta eu escrevo o que vejo na alma do ser humano. A história está no que te conta cada pessoa. A forma como cada um vive e relata o vivido. O porteiro, o motorista de taxi, a empregada, o marido, o namorado, os filhos e principalmente a nossa vida. Nós, os comandantes do nosso caminhar e a força maior que nos guia. Foi aí que nasceu o meu desejo de escrever e relatar e conseguir desenhar cada palavra que escrita me mostra pra onde caminho. Tenho curiosidade sobre as almas, sobre os personagens da história, da importância da trama humana.
Incrível como mudaram minhas prioridades, como mudaram meus focos, como já não me perdoei por caminhos que traçaria diferente hoje, mas que no passado eu nem olhava para outro lugar.
Naquele momento de vida e de opções, eu não tinha maturidade, nem entendimento pra fazer diferente.
Hoje eu me perdôo das escolhas erradas e me rendo ao coração apaixonado e frágil que bate dentro do meu peito, ainda tão cheio de esperanças e ilusões. Hoje eu zelo por cada sonho, que banhado de uma realidade que eu enxergo, transforma meus passos na certeza que chegar não existe. Existe um passo, depois outro passo, e o infinito é pra sempre. Não quero envelhecer sem sonhos, nem com lágrimas. Eu quero caminhar acreditando sempre que tudo é uma mensagem otimista e que vai me levar a um lugar muito melhor. Uma história que não estará estampada nos jornais pra me revelar ao mundo. Mas que o mundo me revelará verdades, que ficaram escritas com alegria nas estrelas, que vão iluminar outros caminhos. Sou luz e quero a paz que ilumina os corações. - “Faça das pedras do seu caminho, uma escada para o seu ideal”. ”" Denise Portes

Linha é O Linho
É a sua vida que eu quero bordar na minha;
Como se eu fosse o pano e você fosse à linha;
E a agulha do real nas mãos da fantasia;
Fosse bordando ponto a ponto nosso dia-a-dia;
E fosse aparecendo aos poucos, nosso amor;
Os nossos sentimentos loucos, nosso amor;
O zig-zag do tormento, as cores da alegria;
A curva generosa da compreensão;
Formando a pétala da rosa da paixão;
A sua vida o meu caminho, nosso amor;
Você a linha e eu o linho, nosso amor;
Nossa colcha de cama, nossa toalha de mesa;
Reproduzidos no bordado;
A casa, a estrada, a correnteza;
O sol, a ave, a árvore o ninho da beleza.
Com linha  e linho,
Sílvia