sábado, 11 de outubro de 2014

Uma singular criatura...

                                                                   Rachelle Anne

Enfim, vim visitar minha casa, o que há muito não fazia.
Decidi vir até aqui, para colocar algo muito importante. Algum tempo atrás,
minha filha me escreveu um e-mail, que dizia assim:

Mãe:
Procurei o poema da Nydia Bonetti  e está aqui:

["onde estaria se
não estivesse por aqui?
acontece que estou

e isso deixa tudo como
está"]

Beijos
Filha

Hoje, estou voltando a postar no Colcha de Retalhos, para me expressar sobre esta singular criatura que é a minha filha Priscila, que amo infinitamente.

Em 12 de outubro ela nasceu para fazer a minha vida mais completa e feliz... Devolvo a você, filhota amada, o lindo poema que me enviou, e que tudo fique como está... Nós ainda estamos por aqui... Continue a me chamar: Mãe! E eu continue a chamá-la: Filha!

Filha, o tamanho do seu sorriso é harmônico, indiviso, amedida do meu querer, e que corra mais forte o rio do afeto e da alegria com uma construção contínua do amor, empatia, por pessoas e coisas que fazemos e temos.

A plenitude vem da partilha, e sua base é a família.
Pri&Luís formam já uma família. Em breve, poderá ouvir uma singular criatura lhe dizendo: Mãe “onde estaria se não estivesse aqui? Acontece que estou... e isso deixa tudo como está".

Baseando-me na crônica de Lya Luft - A canção de qualquer mãe -, mas usando minhas palavras, abaixo algo feito com carinho, e que fala do meu amor infinito por você, na procura de lhe passar que nossa vida, entre encontros e desencontros, continue a ter por baixo um rio de águas generosas, algo que só pode nascer entre nós.

Ao mostrar parte da sua infância, meu desejo é que se lembre dos momentos felizes e lindos como as suas gargalhadas, sempre de bom humor, ou de momentos deliciosos em família, em que brincava com seus primos(a) de rei, rainha, princesa no sótão da casa dos seus Tios... Ou das pipas que a sua Avó fazia, mas que nunca subiam e, mesmo assim, deixavam-na tão feliz. Da cabana embaixo da mesa de jantar - seu castelo particular - ou das nossas caminhadas pela praia. Ah! O mar, como nos encantava a uma plenitude imensa! E ao lembrar de sua adolescência, que se lembre de tantos amigos queridos, leais e bons que caminharam lado a lado com você em incríveis momentos efêmeros, que lhe proporcionaram felicidade. Que consiga 'sentir' os momentos de aconchego em casa, no seu quarto estudando, na sala ou na cozinha, com alguma ocupação prazerosa.

Quando precisar de mim, saiba sempre - 'haja o que houver... estou aqui'- É vero! *risos* Sempre mesmo! Que quando eu a olhe, minha filha, você não se sinta criticada ou avaliada, mas simplesmente muito amada, como desde o primeiro instante. Que quando eu me aproxime,  você não se encolha nem um milímetro com medo de voltar a ser menina, você que já é uma mulher. E hoje, já crescida, tem alegrias e dores que a vida traz, assim como eu tive e tenho as minhas. Que, independentemente da hora ou do lugar, nos sintamos bem, pensando uma na outra.

Sou mãe, filha, com qualidades e defeitos, como qualquer outra mãe. E desejo que você possa perceber em mim, mesmo que uma pequena sensação de quando você foi colocada pela primeira vez em meus braços: misto de susto, plenitude e ternura que resumo no sentimento chamado amor. Seu cheiro, sua pele, seu rostinho... A sensação de que, a partir desse amor, uma nova pessoa começava a sua jornada de vida. Por isso meu amor é infinito dentro do infinito, filha, pois sempre terá você me dado muito mais do que esperei ou imaginei ter. Obrigada por existir na minha vida, filha, obrigada por me encantar e ser toda encanto... Seja feliz agora com seu Luís e vai, filha, sua vida....

Com amor e carinho,
Mãe
Sílvia Costardi

Poema: Nydia Bonetti e Luís Lima
Imagens:Web - Rachelle Anne
Fotos: Silvia Costardi
Músicas: Estrela - Gilberto Gil
Filho e Vida - Milton Nascimento
Serra do Luar - Walter Franco - Com Leila Pinheiro