sábado, 25 de setembro de 2010

MEUS SEGREDOS... Crônica de uma vida.

MEUS SEGREDOS... Crônica de uma vida.
São aqui nestas gavetas que você encontra todos os meus segredos... Na Minha Colcha dRetalhos, está um pouco de um tudo de uma história  por mim vivída!
Estou a tricotar, costurar, bordar, tecer, fiar, alinhavar! Quantas formas de juntar os retalhos de uma vida! São aqui nestas gavetas que você encontra todos os meus segredos... RETALHOS DE UMA VIDA!
Nelas não coloquei nenhuma ferida viva,
estas ficaram lá na beira do caminho...
Quando o vento passa em forma de ciclone
ele destrói todas as mágoas e tristezas.
Lá ficou a caixa de fósforos com muita submissão,
palavras que não podiam desabrochar,
aquarela sem cores, livros sem páginas de liberdade
com asas atrofiadas.
Nas fechadas sim estão fragmentos do meu passado,
minha memória fotográfica tudo guardou...

Inocente menina participante do Clube da Luluzinha,
Os presentes em forma de sonhos de avós tão presentes,
Domingos cheios de calor humano, com macarronada, porpetas,
E na varanda todos a cantar.
Avô a contar estórias sem nunca terminá-las,
deixando curiosidade acesa até outro dia continuar...
Brinquedos de madeira,
Mãe nos presenteando com
banhos de chuva... Alma leve,
Em cada balão um sonho,
em cada pipa a alegria colorida da vida.
Até mesmo hoje penso que aquela coca-cola gostosa,
caseira, mistura de café, açúcar e água espumando,
não eram tão ruins, pois possuíam gosto de família.
Pai proporcionando conteúdo,
viagens através da leitura da Barsa.
Amores platônicos,
toppo giuggio confidente,
nas movimentadas ruas paulistas,

Momentos sempre únicos como ver o mar pela primeira vez
na praia da Biquinha em São Vicente-SP, paraíso do sonho. .
Mal sabia quando lá pisei que aquele imenso oceano
um dia tantos desafios me traria...
O meu além mar me fez suspirar, viver e naufragar.

No momento as abertas é que tem
feito Eu... Mulher... Ressuscitar...

Como aquela Bíblia que ainda possui o cheirinho
de amor da minha mãe procuro dons divinos
para iluminar meus próximos passos...

Sai da platéia, a cortina desceu... O teatro fechou.
 
Tento construir um novo espaço de amor...
Onde quero partilhar aquele ensinamento
que meus pais e avós me ensinaram...
O respeito à vida.
Somente uma mulher quando for Mãe
conseguirá entender o verdadeiro sentido
desta tão pequena palavra... Mãe...
Dom Divino..
Que vive para partilhar amor incondicional até o infinito...
Esta essência nunca desejo perder...
Amor de Mãe...
Amo também agora meu amor próprio.
Observe que deixo uma gaveta sempre mais aberta
para uma nova vida...
E venha me chamar de avó
num novo contexto de amor.

Entre achados e perdidos
a vida continua...
Aquele embrulho devolvido
possui fibra... Essência...
que atravessará todo Universo
com a esperança de novos sonhos viver
porquê:
 Nesse Texto percebo a minha essência,
onde se unem duas metades
e que me tornam inteira AMOR!

Imagens: Sílvia e Google
Formatação do Texto:
Carinhosamente:
Elisabeth Zamboneti Rylko -  http://bebezr.blogspot.com/
Nydia Bonetti - http://nydiabonetti.blogspot.com/
Texto: Sílvia Costardi
Com amor e carinho,
Sílvia

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Portas Fechadas



Portas Fechadas
Acabei de tecer mais um bordado que estou postando na minha Colcha de Retalhos.
Tenho ‘me’ percebido assistindo muitas pessoas a minha volta trancando suas portas e usando até chaves para fechá-las mais ainda. De repente percebo o quanto eu odeio portas fechadas e comecei a me perguntar o porquê. Vivi anos e anos da vida trancando portas, janelas, mente alma coração, enfim, minha Casa inteira. Deixei de falar palavras, pois só sabia ouvi-las e cumpri-las.

Anos de Terapia e as amarras foram soltas aos poucos, mas no tempo devido. Hoje consigo não só usar as palavras que eu digo como também ouvi-las e desejar que as ouçam. É só olharem ali do ladinho e há um Poema onde parte dele diz “o amor bateu à porta e eu de dentro respondi: Minha Casa está aberta, pode entrar, estou aqui... Entre que a Casa é sua, eu só quero é ser feliz...”

Mas só aí há o entendimento de que pessoas que eu achava livres, leves e soltas, sábias no uso das palavras - que ledo engano meu, estão travadas, congeladas, estagnadas, paralisadas e com trancas nas suas portas, sua casa inteira.
E, mesmo que eu tente conversar, dialogar, não há como. Elas se fecham de tal maneira que você ainda é tida como invasora da privacidade alheia.
Interessante esse comportamento, pois quando uma pessoa está trancando portas ela consegue achar justificativas para tudo, e acreditar nelas a ponto de falar a outros com convicção absoluta, mas deixam de perceber o quanto estão em desafeto consigo mesmas, mal resolvidas, e críticas para com tudo que está ao seu redor. Por exemplo, uma pessoa consegue criticar seu crescimento, por ciúmes. Não falo do ciúme maldoso. Mas era mais fácil trabalhar e interagir com você quando era quieta, calada, só ouvidos. Agora que houve um crescimento, e te perceberam reinventando-se, ousando o novo, ficam assustadas e não sei porquê começam a ‘se’ perceberem e não gostam do que descobrem em si mesmas. E trancam as portas.
É triste vê-las assim, criticando e justificando seus comentários equivocados como ‘não vou mais àquele médico porque a secretária dele está invocando comigo’, ou ‘desde que fulana entrou no universo etc. e tal, está inviável entrar nesse mundinho irreal dela’ e por aí haja criatividade em criticar, ironizar, o crescimento da outra pessoa. Os elogios e a empatia estão lá trancados a quatro chaves no baú empoeirado do quarto, que está com as portas e janelas fechadas.
Fazem absurdas comparações que me assustam. Será que vale a pena ficar numa mesmice de uma situação mal resolvida, lá anos atrás, ou continuar a caminhar e usufruir o que a vida continua proporcionando? Como fazer comparações entre sua condição e a da pessoa que está ao seu lado, também com seus sofrimentos, suas feridas, mas que não para e continua a tecer suas teias - trabalho difícil, mas usa as mãos empurrando portas e mais portas com força imensurável até abri-las?! Qual é a situação mais difícil? Daqueles que foram injustiçados por conta da corrupção ou daqueles que se depararam como um “pacote” embrulhado para presente e devolvido, sem direito de nem mesmo retornar para buscar seus pertences?! Ambos? Sem dúvida. Mas o comportamento do rumo que cada um dará daí em diante é o ponto em questão. Ficar anos e anos numa luta inacabável e só viver aquilo, ou perceber sua impotência diante da situação e procurar novos rumos, caminhos, estradas, etc. e tal? Eu escolho caminhar, mesmo que meus pés doam e me machuquem. Eu escolho: “Largar desse cais, ir para outra direção... Seguir os ventos que clamam por mim... Tecer minhas teias com minhas mãos... Trilhar as estradas que não trilhei. Romper as portas trancadas por mim. E assim minhas mãos saberão de meus pés...” (Saens Saint, Altay Veloso)
Mas me sinto impotente para com aqueles que não ‘se’ percebem numa vivência de repetir o dia anterior e o anterior ao ponto de não aceitar aquele que deseja seguir em frente e alcançar novas realizações, buscando diferentes direções.
Percebo que, mesmo quando uma carreira profissional acaba e pessoas se aposentam as que continuam a vida usando criatividade e habilidades para novas tarefas sentem-se mais realizadas. Pode até ser num pequeno departamento de um Jornal local numa pequena cidade, como redator ou editor de uma coluna. Essas, que não acabam suas atividades após a carreira profissional, sentem-se gratificadas com atividades que lhes proporcionam prazer e retorno emocional. Como por exemplo, ajudar como voluntário em uma Escola e usar o que sabe fazer bem em prol dessa escola, sejam tarefas simples como elaborar um lindo diploma para a formatura da turma. O importante é dar continuidade ao potencial que existe e não foi embora só por conta da aposentadoria.
Mas algumas, infelizmente, não o fazem e tornam-se infelizes para sempre, mesmo que esteja nelas ainda todo aquele conteúdo precioso, todo potencial de criatividade desejando explodir para ser usado. Por conta dos presentes da vida e imprevistos que surgem escondem todo um aprendizado adquirido e se entregam. Estagnam e não criam mais nada para si e para os em volta. E isso não as deixa felizes nem realizadas, mas frustradas. E o potencial que ficou guardado adormeceu e desvalorizou porque elas se desmerecem e desvalorizam.
Mas não há como, em algum momento essas pessoas que já fizeram um pouco de um tudo para não terem de ‘se’ enfrentar, acabam de frente com um grande muro de concreto e não podem mais nada além de entenderem que estão de mal consigo mesmas, brigando com a vida que estão levando, ou a maneira como a conduziram e só podem encarar a si mesmas e enfrentar seus rancores. Não há como voltar as costas para o muro. Não há como sair de ladinho e disfarçar. Trancaram as portas! Encontram- se sozinhas agora e completamente trancadas com um muro à frente, que terão de escalar passo-a-passo e enfrentar a si mesmas, seus medos, seus erros, suas impotências, seus valores. Dói muito escalá-lo. Machuca e deixam mãos, pernas, pés, em carne viva, mas que também cicatrizam, mesmo deixando as marcas.
Quando nos abrimos para outros, acabamos por nos abrir e revelar para nós mesmos. Ao tirar a máscara, vemos nossa própria face, e temos a chance de corrigir alguma coisa, onde for possível.
Por isso, acho bom meditar longamente, em voz audível. Porque quem ama nunca vai usar contra você uma informação franca.
Àqueles que não, sim. Guardam o que você diz como munição. É por isso que as pessoas se fecham. Medo. Somos movidos por amor, mas também por medo. E o temor exerce uma restrição. Aqui falo de conversar com franqueza e verdade.
Precisamos disso para nos conhecer melhor. E a barreira do constrangimento é removida pelo diálogo. É como disséssemos; Sim, eu sou egoísta, arrogante, acomodada, teimosa... mas sei que posso contar com sua compreensão porque tem interesse genuíno e me aceita com todos meus defeitos, e ainda assim insiste em me abordar e mostrar que como mortais e mutantes podemos seguir novas trilhas. Então não vou esconder nada. Socorro! Dá-me mais fé. Corrige-me, mas na medida do que eu posso agüentar!”
E, portas começam abrir. Muito lentamente, debaixo de medo, de pânico, mas aos poucos se abrem janelas, portas. E o bom ao se redescobrirem é que elas podem ver o quanto foram saudáveis, valentes, corajosas, amigáveis, queridas, prestativas, e resgatar esses valores que são delas, pois os possuem; só em algum momento da vida, se afastaram delas e ficaram esquecidas. Estou torcendo para que isso ocorra com algumas pessoas que amo e prezo por demais. Que logo elas possam estar com todas suas portas abertas para que o Sol entre e aqueça novamente valiosos valores esquecidos, como elogiar quem ousa algo novo e se dá bem, alegrar-se com novas descobertas, novas conquistas e perceberem como é bom caminhar, seguir em frente, experimentar, visitar, ser visitada, ouvir, falar, sugerir, interagir, entrelaçar conhecimentos e anunciar que todas suas portas estão agora sem trancas, chaves, mas abertas e disponível para quem desejar entrar, pois será muito bem vindo.
Para finalizar me lembro dos contextos:
O sábio provérbio bíblico que diz “Quem se isola procurará o seu próprio desejo egoísta, estourará contra toda sabedoria prática.” Provérbios 18:1.
Também, o ouro e a prata, o cobre, o ferro, o estanho e o chumbo precisam ser processados com fogo, para um refinamento e assim se tornarem preciosos. Nós também temos que usar todo o conhecimento e sabedoria que adquirimos e mesmo tendo que passar pelo fogo, quando necessário, sim, sairemos mais refinados, mais belos, mais sábios, mais felizes... Conquistamos, com direitos adquiridos, nossos espaços, valores, realizações, conquistas, auto estima...
"O que levamos conosco, o que fazemos de nossas dores e machucados, as conclusões que tiramos daquilo que nos acontece, tudo isso forma a nossa bagagem: tudo isso nos faz leves ou pesados. Acontece que quando adultos, eu te pergunto: Quem faz a sua mala? SIM, É VOCÊ!" Helena Paix
Enfim fica um poema cantado por uma linda pessoa que lutou com toda garra sem nunca desistir de seus objetivos, mas com passos largos e firmes delicadamente nos ensinou através de suas palavras escritas, cantadas. Obrigada, querida Mestra! Aprendi e aprendo sempre muito com você! E, obrigada por sempre manter todas as suas portas e janelas abertas!
 
Imagens: Heloisa Azinari
Texto: Sílvia Costardi
Com o Amor batendo em sua porta,
Sílvia

sábado, 4 de setembro de 2010

PRECISO DAR UM TEMPO SÓ PRA MIM

PRECISO DAR UM TEMPO SÓ PRA MIM

Estou pensando dar um tempo na vida
Criar um tempo especial só pra mim
Para poder correr pelos campos
Ou até para catar conchinhas na praia...

Um tempo para ler um bom livro
Ou até para ficar embaixo das cobertas
Assistindo a um filme na sessão da tarde...

Estou precisando deste tempo pra mim
Para descobrir que o paraíso é aqui
E que somos nós quem faz dele um inferno...

Eu estou precisando de tempo para me amar
Para dizer que amo aos que estão perto de mim
Ou até mesmo para ficar simplesmente só...

Um tempo para olhar estrelas ou as gaivotas na praia
E sempre é tempo, para dar um tempo
Basta querer! E eu quero esperar a primavera toda prosa
Toda florida por dentro mesmo vestida de preto e branco...
Mário Feijó
Eu sou  memória, a alma das coisas já acontecidas, vivo na mansão do  ontem, num quarto que quando a luz da manhã bate ficam iluminadas as  lembranças, as fotos do  passado e os filmes da minha  vida...
Mário Feijó
http://artesplasticas-poesias.blogspot.com/
Eu, sombra
Sílvia

Pri... Brilho dos Teus Olhos...

Priscila, minha Flor de Lótus, em 12 de Outubro vieste minha filhota com seu sorriso doce, com teu humor gostoso, mesmo longe ouço suas gargalhadas, vejo seu sorriso. Mas o 'brilho dos teus olhos' é o que mais me fascina. Obrigada por existir na minha vida. E, aqui fica o Poema e a canção que é nossa desde sempre cujo tema é dedicado a você. Na minha Colcha de Retalhos verá o início de sua história, mas que está apenas começando. São retalhos colocados com espaço para entrelaçarem com o que há de vir onde o tempo permitirá colocar muito bordados teus repletos de muita felicidade. E sei poderei a cada conquista tua apreciar, me encantar ao olhar o teu olhar e ver nele o brilho dos teus olhos. Mãe que te Ama até o infinito!
O Brilho dos Teus Olhos
Eu quero te fazer uma canção
que fale do brilho dos meus olhos
e do pulsar do meu coração
quando vejo o brilho dos teus olhos

Eu quero te cantar em versos
e te transformar em poema
ao deslizar dos meus dedos
no teu rosto ameno e sereno
que me fascina, ilumina

Eu quero teu sorriso único
que sei quando é toda felicidade
Eu quero através dos meus
Sempre ver
O brilho dos teus olhos.
By: Lou Witt e Sílvia Costardi
O inínico da tua história que... Continua....
Canção: O Brilho dos Teus Olhos
Poemas - Saudade
Poemas e Cartas - Luso Poemas
Com meus olhos a brilhar,
Sílvia

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O resto... não quero

O resto... não quero

Barco sem timão,
Relógio sem pêndulo
Balanço e solavanco
Desgovernado riso
Pecado de nuvens
Ausência de sombras
Rio sem nome
Espuma na areia
Canto da noite
Mãos de etéreo tato
Lua e lume
Rua do beijo
Trégua na guerra
Espasmo do pranto
Gargalhada e soluço
 Limo na pedra
Suor do desejo
Portal do mistério
Palavra certeira
Caricia da espera
Saturnal lágrima
Poesia escondida
Corpo presente
Ausente agonia
Assim teu amor
O resto
não quero.
 Flavio Pettinichi
Imagens Helena Castelli e Fernando José Karl
Será esse o desitino
Viajar em seu navio
Pelos mares, pelos rios
Andar só...
Será esse o caminho
Navegar assim sozinho
Sem alguém que nos espere
Nos cais...
Homem algum será deserto ou ilha
Como não pode o rio negar o mar...
Sonhe, sonho solidário
Faz crescer o amor diário
Vai...
Abre as portas do navio
Beba o mar e beba o rio
Viva a vida e viva o tempo
De amar
Vai...
tua vida!
Navegando à deriva,
Sílvia