quinta-feira, 8 de julho de 2010

PEQUENINA - Para Leca!

Um carinho especial , hum Mais Retalho Que Bordo NA Minha Colcha de Retalhos. Hoje Parágrafo querida Leca . Na Sua Casa Mente flutua Que descobrimos Algo em Comum, enriquecem nsa Que, Aumenta Aprendizado Nosso e ncvs proporciona momentos de Sabedoria . São Tão lindas Poesias de Florbela Espanca ... Percebemos Que se CADA Uma de Nós postarmos Uma poesia , Mais Que Uma gostamos , UM OU Que temos lido por último, logo tera muitas Coisas lindas da inesquecível Florbela Espanca. Para VOCÊ Leca escolhi " Pequenina "!


PEQUENINA

És pequenina e ris ... Um breve boca
E Um Pequeno Idílio cor -de- rosa ...
Haste de lírio frágil e mimosa !
Cofre de beijos Feito sonho e neve !


Doce quimera Que desenvolvi Uma Nossa alma
assim Ao Céu que te Faz Tão graciosa !
Nesta Vida Que amarga e tormentosa
Te fez nascer Como perfume leve hum!


O TEU gente ver o Bem Faz Olhar à ...
E Cheira e SABE , Uma boca Nossa , a flores
QUANDO TEU Diz o Nome, Suavemente ...


Pequenina Que sonhou Uma Mãe,
Que ELA afaste de ti Aquelas dores
Que fizeram de Mim Que Sou ISTO !

HA terra Uma Palavra nd
Encantos Tem Que do Céu ;
Não e Amor , Nem Esperança
TEU Nem Sequer o Nome .

Essa Palavra doce Tao,
De Tanta suavidade ,
Que me Faz chorar de dor
QUANDO UM murmuro : É saudade !

Florbela Espanca
em O livro de mágoas

Com amor e carinho ,
Sílvia

Ser amado, e amar, e amar-se...

Na Colcha de Retalhos palavras minhas, ditas através de Lya Luft:
A vida vai nos ensinando quanto isso é verdade. Pais e filhos, irmãos, amigos e amantes podem conviver décadas a fio, podem ter uma relação intensa, podem se divertir juntos e sofrer juntos, ter gostos parecidos ou complementares, ser interessantes uns para os outros, superar grandes conflitos – mas persiste o lado avesso, o atrás da máscara, que nunca se expõe nem se dissipa. Nem todos os mal-entendidos, mágoas e brigas se dão porque somos maus, mas por problemas de comunicação.
Porque até a morte nos conheceremos pouco, porque não sabemos como agir. Se nem sei direito quem sou, como conhecer melhor o outro, meu pai, meu filho, meu parceiro, meu amigo – e como agir direito?
Isso me faz refletir mais agudamente sobre a questão da comunicação e sua por vezes dramática dificuldade, pois nos mal-entendidos reside muito sofrimento desnecessário...
Relacionar-se é uma aventura, fonte de alegria e risco de desgosto. Na relação defrontam-se personalidades, dialogam neuroses, esgrimem sonhos e reina o desejo de manipular disfarçado de delicadeza, necessidade ou até carinho. Difícil? Difícil sem dúvida, mas sem essa viagem emocional a existência é um deserto sem miragens.
Cabe a cada um de nós decidir, e isso exige auto-exame, avaliação.
Posso dizer que sempre vale a pena, sobretudo vale a pena apostar quando ainda existe afeto e interesse, quando o outro continua sendo um desafio em lugar de um tédio, e quando, entre pais e filhos, irmãos, amigos ou amantes, continua a disposição de descobrir mais e melhor quem é esse outro, o que deseja, de que precisa, o que pode – o que lhe é possível fazer.
Em certas fases, é preciso matar a cada dia um leão; em outras, estamos num oásis. Não há receitas a não ser abertura, sinceridade, humildade que não é rebaixamento. Além do amor, naturalmente, mas esse às vezes é um luxo, como a alegria, que poucos se permitem. Seja como for, com alguma sorte e boa vontade a alma do outro pode também ser a doce fonte da vida.
Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida.
Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar.
Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos. Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.
Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança.
Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.
Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for.
E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.
Canção das mulheres
Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
Que o outro sinta quanto me dóia idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.
Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''
Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.
Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher. Lya Luft
Com amor e carinho,
Sílvia