terça-feira, 20 de abril de 2010

Para uma Flor de Lotus Especial!


Minha Flor Preferida:

F L O R - D E - L O T U S !

A vida nos trás mesmo grandes surpresas. Fomos criados juntos no seio familiar, crescemos nos separamos, mas, sei lá em algum momento anos mais tarde, quando novamente reunidos, aquela que cresceu junto, te viu nascer, numa conversa do nada, como fazer bolinho de chuva igual da Mamãe, diz assim de repente que sua flor preferida é a Flor de Lotus"! Ao ouvir isso, levamos aquele susto, aquela surpresa e respondemos: ”- Mas essa é a ‘minha’ flor preferida também.”
Foi exatamente o aconteceu comigo. Por isso a minha primeira Postagem, nessa minha Colcha de Retalhos, está sendo em homenagem a minha amada Sorella Sister (rsrsrsrs). Preciosa Primogênita da minha família de cinco irmãos. É sim, minha sorellita primogênita. Estou aqui realizando um desejo de há muito. Acrescentar um lindo e colorido “retalho” na minha Colcha, onde nele eu posso gritar o quanto você só tem de tudo um pouco do que é bom, gostoso, saudável, invejável, amável, gracioso, e muito mais outros, se desejarem, da família podem acrescentar. Fiquem à vontade! Nesses retalhos estão lembranças gostosas, engraçadas que só uma irmã mais velha faz com seus irmãos abaixo dela. Eu, a sanduíche, tomei todas, mas não abro mão de nenhuma não! Do quarda-roupa com cadeado (mal sabias que nós abríamos retirando os preguinhos só para olhar o nada. Rsrsrsr). Mas como era divertido. Ou “-Se você não for buscar um copo de água eu vou começar aquela estória do ‘estou no primeiro degrau’,... e você não vai dormir.” Rsrsrsrs. E lá me levantava sonada até a cozinha (assustada), mas te trazia o copo com água e ouvia sua risada de satisfação que só uma irmã mais velha ruizinha às vezes sabe fazer. E aquela vez que quebrou o ‘vaso’ que a Mamãe mais gostava (“só havia aquele” rsrsrs), brincando de bola dentro de casa num dia de chuva, e nos fez mentir dizendo que fomos nós os dois abaixo que o quebramos. Mas a Mamãe sacou no ato a mentira da filha primogênita e não deixou quieto não, você correndo em volta da mesa e ela correndo atrás. E quando nos demos conta estávamos todos gargalhando gostoso e boralá tomar café com leite, pão com manteiga e jogar conversa fora. Aqui não há como colocar tudo de direito que tenho memorizado sobre você Sorella primogênita, irmã mais velha como dizíamos. Troca de roupas uma com a outra, sapatos, de tudo um pouco, mas usávamos juntas, apesar de sempre ter ficado claro que você estava me ‘emprestando’ só, mas era a dona de o ‘de tudo um pouco’. O rímel uma passando na outra era muito engraçado. O contorno era perfeito e ficávamos horas no banheiro uma maquiando a outra e saíamos como se não tivéssemos feito nada no rosto, pois se o Papai ‘percebesse’ o rímel, a base, o batom, coitadas de nós! Nossa inocência era tamanha que passávamos horas, fazendo uma maquiagem tão suave que nem as amigas notavam, mas nós acreditávamos que estávamos pintadas com tudo aquilo lembra?! E lá íamos nós para o cine Brasília, ou para reuniões, ou para escola. Achando-nos o máximo!
Meu primeiro emprego. Não dá para deixar essa fora, desculpem quem está lendo um pedaço da minha colcha, mas faz parte, o que posso fazer?! E, lá fui eu contratada por uma Agência de empregos (onde fui procurar emprego, mas a Agência me contratou), e ao chegar me mostraram um Armário chamado ‘Arquivo’, e me deram um montão de folhas para arquivar em pastas e um ‘negócio esquisito’ que tinham dois fuios e eu tinha que após fuiaius, colocar nas pastas. Vi-me em pânico total! Fiquei olhando aquele negócio pequeno e todas a folhas e como é que se fazia o “fuio” certinho para ficarem organizados nas pastas? Já estava fazendo xixi nas calças de medo de todos e vergonha total quando do nada VOCÊ (minha heroína), chega e diz que só estava passando por lá para ver se sua irmã havia chegado bem no primeiro dia do emprego. Vem rápido bem pertinho e pega uma das folha, dobra ponta com ponta e diz “Agora é só colocar a marca no meio e apertar que os dois furos ficarão certinhos", colocando a pasta no armário onde aprendi como era fácil. E se despediu com um simples tchau e foi embora piscando feliz tipo “vai em frente, viu como é fácil... “Sei que você consegue”. Ah! Como eu fiquei feliz e daí em diante tudo era possível e nunca mais tive medo do novo em qualquer lugar que trabalhei. Aprendi a aprender sem medo. Pois é minha Sorella Primogênita, você cresceu antes de nós os mais novos e tentamos mesmo sempre correr para te alcançar. Nunca conseguimos. Mas como aprendíamos e como era importante ‘ver’ você despojada sempre, nos ensinar, ensinar, incansavelmente e com tamanha simplicidade que nem nos dávamos conta do peso que era colocado sobre você ter de ser o “molde perfeito” para também conseguirmos nos moldar o melhor possível, o mais próximo da sua leitura!
Mesmo quando achava que causava decepções como “não conseguir entrar no Anhanguera”, porque para o Papai era importante, sua maneira simples e humilde nos ensinava muito como não dá por aqui, mas tem todo um leque de opções e vou ficar...com o laranja, ou o verde, o que acham?! E tudo se tornava “um por todos, e todos por um”! Não sei como, mas você conseguia estar no lugar certo, no momento necessário, exatamente na hora certa para sempre nos ensinar, socorrer, endireitar, ajudar. E sua suavidade era tamanha que nunca nos deixou com a impressão de que estava mandando, mas sim sugerindo... Sempre perto, sempre perto minha sorella mais velha. E, tudo isso é para te confessar uma coisa: Que todos nós seus irmãos, só temos de agradecer sua existência como nossa irmã mais velha viu?! E também mais uma confissão, agora me permito falar apenas por mim: Minha Sorella Sister Primogênita, a sua demonstração de visão, a sua percepção de leitura, a sua constante atenção, interesse, preocupação na minha história de vida não tenho como te colocar. Mas te confesso que tenho uma completa visão de “tudo”, mas TUDO mesmo que fez, e sei o quanto me protegeu, me ajudou, muitas vezes sendo ou uma “redoma”, outras uma "couraça" ao meu redor, enfrentando tudo e todos, sempre com diálogos brandos de uma suavidade e consciência humana, enfim, de uma empatia especial, única, que só alguns possuem o privilégio de ter, e eu fui premiada com você sendo assim, sempre usando todas as possibilidades possíveis para a harmonia existir. Eu possuo a conscientização disso tudo, acredite aprendi a também saber como usar essa sua maneira especial de interagir com situações às vezes difíceis, outras até meio que cômicas, como a expressão “a isso fica por conta de perfumaria, não vamos nos esquentar, mas voltando ao que interessa não acha que é um equívoco... rsrsrsrs”. Só você conseguia essa calma ao abordar alguém irritado com algo, ou agressivo, e conseguir que a calma reinasse e conversar, raciocinar ao invés de ralhar, zangar, xingar. E não dá para deixar de mencionar todo o conteúdo que me passou (livros que muito me ensinaram poemas, poetas que me apresentou e pude ter a visão sempre mais ampla para minha vida, a humildade, mas também o orgulho de ser e poder querer, onde conquistei valores únicos e preciosos que me fizeram uma pessoa mais sábia e melhor resolvida, etc.) Sou privilegiada em poder me orgulhar (com a humildade necessária) de gostar do que “sou” hoje, uma Senhorinha que agradece todos os dias de sua vida ter tido o privilégio de uma Irmã mais velha ter estado presente, fazendo parte da minha vida sempre nos entrelaçando com os fios, retalhos, das nossas Colchas de Retalhos. E, hoje poder-te olhar é gostoso porque você ainda tem o mesmo ‘encanto’ nos gestos, nos olhares, nas colocações que me faz, de quando eu nasci te conheci e passei, a saber, o quanto te amo incondicionalmente. Você continua sendo sempre àquela que tenho de correr para alcançar, e apesar de nunca conseguir alcançá-la. Mas saiba que, enquanto você corre, eu também tenho coragem de correr e enquanto você se move, eu estou seguindo seus passos, enquanto você acha que há aquele jeitinho e tudo vai dar certo, eu te sigo em nada duvidando com fé absoluta e total. Por isso que você nunca pare de experimentar, ousar, tentar, achar como isso ou aquilo fica resolvido... Porque estarei sempre correndo, correndo para te alcançar mesmo sabendo que não dá! Obrigada por nunca ter se separado, afastado ou esquecido da sua irmã sanduíche. Acredito que saiba da minha harmonia, sintonia real para com você. E nunca deixei, desde meu nascimento, de valorizar, apreciar, amar até o infinito: VOCÊ MINHA IRMÃ MAIS VELHA! E tenho que finalizar não é não... Então: enquanto a sua Flor preferida for a “Flor de Lotus”, ela será aminha preferida também, mas se amanhã for outra, que seja a minha também...Amo-te! Da Sorella sister Silvia.
Volver a los diecisietedespués de vivir un siglo es como descifrar signossin ser sábio competente,volver a ser de repente tan frágil como un segundo, volver a sentir profundo como un niño frente a Dios, eso es lo que siento yo en este instante fecundo.
Se va enredando, enredando,como en el muro la hiedra, y va brotando, brotando, como el musguito en la piedra. Ay si si si
Mi paso retrocedido cuando el de ustedes avanza, el arco de las alianzas ha penetrado en mi nido, con todo su colorido se ha paseado por mis venas y hasta las duras cadenas con que nos ata el destino es como un diamante fino que alumbra mi alma serena.

3 comentários:

Prisca disse...

Linda homenagem...Lindo conto... e merecido!!! Ficou lindo!!!

Sil disse...

Linda mesma!Amei poder tecer minha primeira postagem dedicoado a uma Sorella Sister tão especial. E, como disse Prisca, merecido mesmo. Ficou lindo porque foram momentos lindos que deixam saudades... e como é bom poder resgatá-los!Isso acontecu na quarta-feira feriado, onde todos almoçamos juntos e só ficamos relembrando causos...com muitas gargalhadas gostosas jogando conversa fora e relembrando nossas travessuras do passado!
Sil

poesiasequer disse...

Ah, Silvia... Me emocionou. Especialmente este final. Volver a los diecisiete, se pudéssemos...

Também amo a flor de lotus. :)

beijo.